quinta-feira, 24 de agosto de 2006

curtas metragens em Vila do Conde

..Junto ao "P" de Parque, eu vi uns sapatos brancos e uma camisola laranja despidos do seu corpo sem dono. Eram CURTAS as palavras e mais escassas as imagens repetidas em screens sem cor. Se uma câmara me prendesse a mão, faria mil sons para ela. Faria um só filme. 14?! Sim, de capacete e triciclo de 4 rodinhas, 14?! Sim!, já disse... Pois disseste! Mas sempre com os teus floreados característicos, a tua forma de embelezar. Bah! Imaginação tua! Sim, são 14, mas eles eram quatro. O que é um quatro? Um quatro?!, não sei mas com 3 tracinhos crias 1 e 3+1=4. 3+1 pode ser 7. É uma hipótese, desde que justifiques! 3 mulheres, 1 homem. Fazem coisas que eu não posso contar. Uma fecundação. Outra fecundação. Três fecundações. Puf!, mais três criancinhas. E se houver alguma que gere gémeos? São mais que 7, então. Mas podemos sempre ter... "um bébé morto em 10 caixotes do lixo!" Isto já é efeito Rumbero! Rum foleiro! Hm... e contrabaixos. Foleiros? Sim, são 14! Baixos e contrabaixos! pom! pom! Pum! Pum! Tu-tu-ru-tu-tu. Ma-nan-Ma-nan. Tá tá. Shiu! Eles esperam-nos na sala! "Está quase a começar." Ainda falta muito? Estamos quase a chegar. Vou ver um rabo. E tu? Dá, dá, com o cinto. De cabedal. Dominatrix! Rosas vermelhas e brancas e caras bonitas. bonito? Bah! Isso agora é vulgar! Chama-lhe outra coisa! Tu chamas-lhe bolinhas e o chão é de madeira. Olha o contrabaixo fresquinho!!! É grande e bonitinho (quer dizer, é às bolinhas!) A mochila é que é. Estão atrasados. Chegaram e rasgaram-me os pulsos! Não vejo! Não vejo! They've killed me. Cortaram-me os olhos e queimaram-nos! Na sua essência descobriram a música. DEATH! DEATH COMBO. eheh! . (Ponto parágrafo)
..Luzes vermelhas! Não o meu moulin rouge privado. Este tem outras caras. E sapatos diferentes. São mais. Contemos as pernas e dividamos por dois. Aqui elas não brilham como lá. Eles não pendem nem de orelhas nem de pescoços! Vai começar. Ornatos de fantasia. Perturbam-me! Morram. Barulhinhos estridentes como muitos homenzinhos vermelhos a cantar "os hinos de todos os países ao mesmo tempo." A música ensurdece - Ecoa... oa... oa! E sobe, trepa paredes... mas ainda não se trancou no estômago. Entretanto vêm mais pés e luzes vermelhas (outras apagam-se, são apagadas). Bate bate bate bate bate de mais. Podia bater de outra forma mas não bate. Os pés mexem-se descalços na arena de carpete cinza-rato. Corpos-robôs insaciáveis, música hipnotisante robotiza humanos, ordena o movimento e mata a ordem. Luzes incandescentes, quase assustadoras. Esquizofrenias de estranhos em estado de alzheimer agitando-se como quem sofre de Parkinson. Convulsões à Ian Curtis, mas hoje não há Joy Division. Não há? Só em reflexos da minha mente. Aqui, não há. Há? Talvez se procurares! Estou cansada de estar sentada e de levar encontrões. Levanta-te! As pernas relaxam, a música... Ai siinhe?! Je ne sais pas. A música ganha voz... mas eu não gosto. Pum pum pum. "His hediond heart!" Poum poum poum, panados com poum, panados com poum! As vozes melhoram, a batida mantém. Sons psicadélicos, custa respirar!, e o calor sufoca. Enjoos! A folha vai terminar. Bate bate bate. Termina a folha, as palavras renascem na voz de quem as sabe usar! Precisamos mesmo de uma folha? Já não sei, já não consigo pensar; acaba tu. (Acabaste)
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Uma dama
Outra dama

sábado, 19 de agosto de 2006

Chuva

Sobre a pele embaciada
Visão turbulenta, enevoada?
Cai como os acordes em nós
Dançando por entre a chuva rítmica
Um segundo ao céu
Em decibéis enternecidos de luzes
Um segundo tão escuro
Berrante na noite acordada
Um segundo morta
Cambaleando em rumo incerto de poesia
Sob(re) um manto gótico
Vampiresca negritude dos corpos vestidos
Despidos de fatalidades
Destinadas a corvos de asas vibrantes e berros sem sentido
Um segundo
Segredo
Gritado, encharcado
Enquanto as damas assistem a tudo o que revira
Uma vida